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"A injustiça num lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar." (MARTIN LUTHER KING)

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O Brasil está entre os vinte países com maior área de montanhas do mundo (KAPOS, 2000). Estas regiões, além de serem espaços de interesses de diferentes grupos humanos, caracterizadas como a “caixa d’água” do Planeta, são grandes reservas minerais da natureza, objeto de disputas do Capital.

Um desses espaços montanhosos do Brasil é a região norte da Chapada Diamantina, parte de um conjunto de montanhas conhecido como Serra do Espinhaço, nome atribuído pelo geólogo alemão Wilhelm Ludwig Von Eschwege no Século XIX. Localizado no Planalto Atlântico, corta vários estados brasileiros, entre os quais, a Bahia e Minas Gerais. Essa espinha mineral, é a única cordilheira do Brasil e abriga grandes veias de drenagem de rios importantes como o São Francisco, Doce, Jequitinhonha, Itapicuru, entre outros. O MOVIMENTO “SALVE AS SERRAS (SAS)” grita para que esses espaços sejam preservados!

Salve as Serras

A ambição por riquezas minerais marcou a chegada dessas levas humanas exploradoras. As consequentes ocupações de alguns locais da Chapada, sobretudo a partir da segunda metade do Século XVI, com o sistema de sesmarias, fez surgir arraiais e povoações que giravam em torno das minas. Este fenômeno fez com que o Brasil, entre 1690 e 1770, se tornasse o maior fornecedor de ouro e diamante do mundo e, de 1705 a 1750, mais de 20.000 pessoas deixaram anualmente Portugal em busca de riquezas no Brasil (BANDEIRA, 2014). Toda a região da Chapada Diamantina foi impactada por diferentes ações humanas, sobretudo, pela extração de minérios, intensificada no transcurso do Século XVII. Atualmente, cobiçada em quase sua totalidade por pequenas, médias e grandes corporações econômicas, estamos na iminência de ver a materialização de sua total destruição. Apesar do que vivemos nessa pandemia, observamos, não há, limites para a ambição humana!

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Movimento Salve as Serras

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Região das Serras

Temos que olhar para os sistemas da vida de forma biocêntrica, onde todas as manifestações da natureza importam: animais, incluindo os humanos, vegetais, minerais e, também, todos os seres invisíveis que compõem a teia da vida.

A ganância humana que destrói a natureza tem que ter um limite! Tão importante quanto, ou mais importante que o ouro ou outros minérios, são nossas plantas, nossos pássaros, nossas paisagens e os modos de vida das pessoas desses espaços cobiçados pelos destruidores da natureza, geralmente, bilionários que gozam do consentimento do estado. Os pobres que embarcam no delírio da repentina riqueza, são usados como fantoches desse ambicioso projeto ecocida.

Nossas Serras geram água que abastece centenas de cidades, sobretudo, nas áreas secas do Semiárido. O Itapicuru, por exemplo, corta mais de 55 municípios e atende a uma população de mais de 1,3 milhão de habitantes. Se elas forem destruídas, todos perdemos com essa marcha destrutiva que não tem freio. Lamentável, mas não aprendemos quase nada com a recente pandemia causada pela destruição dos nossos ecossistemas e que colocou a vida humana em risco em todo o Planeta.

Ha séculos as Serras da Jacobina vêm sendo delapidadas, destruídas! Nosso movimento Salve as Serras – SAS, defende a ecologia de sua beleza e a importância ecossocial de sua natureza total.

Beija-flor-de-orelha-violeta (BONFIM, 2020) Beija-flor-de-orelha-violeta (BONFIM, 2020)
Cachoeira de Catuni (BONFIM, 2020) Cachoeira de Catuni (BONFIM, 2020)
Comunidade de Catuni (BONFIM, 2020) Comunidade de Catuni (BONFIM, 2020)
Marcetia taxifolia (BONFIM, 2020) Marcetia taxifolia (BONFIM, 2020)

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