SABEH E O POVO TRUKÁ-TUPAN DE PAULO AFONSO – BA, DENUNCIAM A DESTRUIÇÃO DA SERRA DO PADRE POR PRÁTICAS DE MINERAÇÃO

É na Serra do Padre onde nasce o Riacho Cajueiro, afluente do Rio São Francisco que corta o Território Truká-Tupan e vem sendo destruída por práticas de mineração, em Paulo Afonso/BA.

Localizada nas proximidades do Alto do Araticum, a Serra do Padre é uma importante montanha que integra a Bacia do São Francisco e possui uma diversidade de nascentes que alimentam os riachos e aguadas na região. Um deles é o Rio Cajueiro, que é uma microbacia, apesar de ser um rio intermitente, possui uma importância na manutenção dos ecossistemas locais, com forte potencial hidroambiental e vem bruscamente sendo afetado com o desmatamento, a extração de areia e a destruição por mineração na Serra do Padre. Os moradores da região reclamam das explosões, através do barulho e poeira causando inúmeros prejuízos na saúde da população.


Desde 2013, o INEMA autorizou através de licença unificada a exploração por apenas três (03) anos nesta localidade, entretanto a COMBRASIL Mineração continuou ininterruptamente sua exploração até hoje, alegando ter realizado Instrumento Particular de Autorização e que vem fazendo a aquisição de propriedades no perímetro. Considerando que essas terras são devolutas, há irregularidades não apenas na autorização de licença já expirada, como também na ilegalidade de aquisição de terras públicas.


Os Truká-Tupan, Povo indígena que vem cuidando da parte hidrográfica existente em seu território, juntamente com a Sociedade Brasileira de Ecologia Humana – SABEH, apresentou projeto de recuperação desta microbacia para o Comitê de Bacia do Rio São Francisco, com o propósito de garantir a manutenção dos ecossistemas da região e a sobrevivência da Serra do Padre, por conseguinte, das suas nascentes.


No entanto, constatada a realidade, denunciamos a forte destruição da Serra do Padre, solicitando a imediata interrupção da exploração mineral. “É preciso reconhecer que a Serra é uma microbacia hidrográfica importante para a manutenção dos ecossistemas no município de Paulo Afonso, as autoridades precisam ter conhecimento dessa situação nociva ao meio ambiente, porque além de estarem destruindo a montanha, estão destruindo nascentes, desmatando a caatinga e destruindo pinturas rupestres existentes”, ressalta Alzení Tomáz, membro da Sociedade Brasileira de Ecologia Humana – SABEH.

Lançamento do livro “Amputações das Montanhas do Sertão”

O Salve as Serras (salveasserras.org), dando continuidade aos Relatórios Técnicos sobre os Impactos Socioambientais nas Serras do Sertão, apresenta à comunidade o livro Amputações das Serras do Sertão: Ecocídeo e Mineração na Bahia (Volume 2).

Esta obra denuncia a destruição das nossas serras pelas agressivas atividades das grandes mineradoras e garimpos ilegais estruturados em toda a cadeia de nossas montanhas. Como regra: explora-se os bens naturais do Sertão, destroem os ecossistemas e levam toda a riqueza da nossa Gente e, para piorar, nos penalizam com passivos socioambientais inapagáveis e impagáveis!

Para socializar o resultado desse árduo trabalho, organizado por membros do Salve as Serras, iremos realizar uma live de lançamento do livro com os (as) autores (as) no dia 20 de agosto, às 19:30. A transmissão será realizada no perfil da entidade no Facebook, no endereço www.facebook.com/salveasserras

O nosso Sertão responde por mais de 60% de toda a riqueza mineral da Bahia. Mas porque estamos imersos em toda pobreza?

Venha conversar conosco sobre essa expropriação minerária feita aos olhos de todos (as)!

Contamos com sua presença!

Lançamento do Livro de Catuni da Estrada

Os rios do Semiárido correm sérios riscos. Está em marcha um acelerado processo de destruição de suas nascentes, riachos e cachoeiras que estão, sobretudo, no topo das Serras. Não há, por parte do Governo Federal ou mesmo Estadual, uma política clara para preservar  este tesouro da região que tem a maior escassez hídrica do Brasil, cuja população, ultrapassa a casa dos 7 milhões de habitantes.

Desprezadas, ignoradas, as Serras são gravemente impactadas pelos grandes empreendimentos minerários, eólicos, pelo desmatamento, queimadas, enfim, são vítimas de um processo de destruição de seus ecossistemas que teve início no período da colonização e que permanece  vivo nos dias atuais.

Foi esta urgência que fez nascer o Movimento Salve as Serras (www.salveasserras.org), um coletivo que defende a proteção da sociobiodiversidade das “Serras do Sertão “, onde estão as nascentes e recargas de aquíferos que alimentam os rios Itapicuru, Salitre, Paraguaçu e São Francisco.

Iniciado com o trabalho da Nova Cartografia Social do Brasil, a partir do mapeamento das Comunidades que vivem nessas áreas de serras no Semiárido, este movimento tem ganhado força na proteção dessas áreas de montanhas do Sertão.

Queremos assim, apresentar a Cartografia Social da Comunidade de Catuni da Estrada. Este livro é parte das atividades do Projeto Quilombos, financiado pela Fundação FORD, coordenado por Dr. Juracy Marques (Grupo de Pesquisa em

Ecologia Humana – GPEHA-PPGECOH-UNEB), Franklin Plessmann de Carvalho

(NEA Nova Cartografia Social / UFRB) e Vânia Rocha Fialho de Paiva e Souza

(LACC/UPE). Trata-se de uma pesquisa que integra as ações do Projeto Nova

Cartografia Social do Brasil, coordenado pelo Dr. Alfredo Wagner Berno de

Almeida, e da Articulação do Movimento Salve as Serras (www.salveasserras.org).

Esta publicação é feita com o apoio e parceria da Sociedade Brasileira de Ecologia Humana – SABEH,  do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental (PPGECOH/UNEB) e do Fundo Casa Socioambiental. O livro encontra-se disponível para download no site da SABEH ( www.sabeh.org.br) e do Movimento Salve as Serras (www.salveasserras.org).

Indígenas Pataxó sofrem ataques na Bahia

O Movimento Salve as Serras (SAS), se solidariza e apoia a luta do Povo Pataxó! É um absurdo a sentença judicial que sustenta a ação policial que ameaça despejar famílias indígenas da Aldeia Novos Guerreiros, primeiro, porque são terras originárias do Povo Indígena Pataxó, as primeiras a serem expropriadas com a colonização portuguesa, segundo, porque estamos num momento dramático de uma grave pandemia! Ratificamos a Carta de apoio do nosso Parceiro MAIP – Movimento associativo Indígena Payayá, que pode ser lida no nosso banco de dados.

Comunidades de Fundo e Fecho de Pasto Repudiam a IN 001-2020 do Governo da Bahia

A Articulação Estadual das Comunidades Tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto, apoiada por diversas instituições, publicou nota onde repudia a Instrução Normativa (001-2020), do Governo da Bahia, que visa a implantação de empreendimentos eólicos em seus territórios tradicionais.

Destacam a referida medida, que não tem efeito de lei em si, diga-se de passagem ser uma recomendação interna para alguns setores da administração, foi elaborada sem nenhum procedimento de Consulta Prévia, Livre e Informada, assegurada pela Convenção 169 da OIT aos Povos e Comunidades Tradicionais.

Em algumas áreas onde estes empreendimentos estão sendo instalados, além da violação dos territórios tradicionais, impactam ecossistemas de reservas de Mata Atlântica (cobertura florestal das Serras), as rotas de pássaros migratórios e importante nascentes de rios preciosos da Bahia como o Itapicuru e o São Francisco. A situação é mesmo muito grave! Veja a nota completa no nosso banco de dados.