Seminário sobre impactos negativos de empreendimentos eólicos e solares nas Serras do Sertão da Bahia

O aquecimento global e o aumento anormal da temperatura da Terra têm gerado, em todo o mundo, a urgência em se discutir novos modelos energéticos. Nesse cenário, o tema da emergência climática ganha destaque e conceitos como o de transição energética e mineração predatória surgem no debate público.
O Brasil vem promovendo essa “transição energética”, com a implantação em larga escala de empreendimentos de geração de energia elétrica, a partir das fontes renováveis solar e eólica na região nordestina, onde os complexos eólicos e híbridos são implantados em Áreas de Proteção Permanentes (APP) que abrigam cachoeiras, nascentes, recargas de aquíferos e também em locais que possuem uma belíssima cobertura florestal de Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado. As Serras do Sertão Baiano vem sofrendo um intenso processo de destruição causado pela implantação dos parques eólicos, solares e das atividades de mineração.

O Movimento Salve as Serras em conjunto com o Projeto Nova Cartografia Social do Brasil – Núcleo Nordeste, a Sociedade Brasileira de Ecologia Humana (SABEH), o Ministério Público Estadual, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento pela Soberania Popular da Mineração (MAM) e outros importantes parceiros, realiza o seminário sobre “Transações Energéticas” com os temas: 1. Debates Sobre Contratos com Empresas Eólicas e Solares; 2. Novos Colonialismos e a Produção de Desertos de Concreto e Vidro nas Serras do Sertão, no dia 18 de novembro de 2023, no auditório da UNEB Campus IV em Jacobina-BA, presencial, das 08:00h as 17:00h.

A programação faz parte do ciclo de seminários que visa denunciar a destruição dos ecossistemas das serras do Sertão da Bahia por esses grandes empreendimentos. Durante o encontro será debatido como as Serras do Sertão vem sofrendo um intenso processo de destruição causado pela implantação dos parques eólicos, solares e das atividades de mineração. O Movimento Salve as Serras, considera os estudos sobre os impactos socioambientais insuficientes e problematiza que não há vontade do poder público em pautar uma discussão mais séria sobre as consequências desses projetos. O Salve as Serras denuncia que não estão sendo respeitados os direitos e a autodeterminação das comunidades tradicionais e da natureza nesse processo que chama de “Transação Energética” e não Transição Energética.

O Brasil já possui uma matriz energética com fama de limpa, mas que deixa muitos rastros sujos, com 48% de participação de fontes supostamente renováveis, acima da média mundial de 15%, entretanto, os novos grandes empreendimentos de produção de energia eólica e solar têm se multiplicado com bastante rapidez no nordeste brasileiro, sem a devida fiscalização do órgãos públicos de fiscalização e controle, sem sem a realização da Consulta Prévia, Livre e Esclarecida com base na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) pelo Estado da Bahia e esclarecimentos adequados às comunidades impactadas
O que observamos é que são utilizadas estratégias de desinformação junto à população sem que a gente perceba, de forma nítida, os impactos irreversíveis nos locais onde são instalados esses empreendimentos. Por exemplo, nos topos serranos nordestinos, estão sendo implantados verdadeiros desertos de concreto e vidro, mas estamos todos “enfeitiçados” com a ideia de que estes empreendimentos solares e eólicos são altamente rentáveis. São rentáveis sim, mas para quem?
Segundo o professor Juracy Marques, Doutor em Cultura e Sociedade e pós-doutor em Ecologia Humana e em Antropologia, membro do movimento Salve as Serras, vivemos um momento grave para os ecossistemas e pessoas das serras do Sertão da Bahia. Destaca que processo de liberação desses empreendimentos está se dando de forma muito rápido, entretanto, sem considerar o direito das comunidades de serem consultadas e esclarecidas sobre os impactos destes mega empreendimentos que, destaca, está mais para uma transação que para uma transição energética, porque o Capital se apropriou de uma debate tão vital para a vida humana e do Planeta nestes tempos de mudanças ambientais.

Segundo Amilton, um dos coordenadores do Salve as Serras: “O projeto vem de cima para baixo e não está respeitando os direitos das comunidades serranas, nem da natureza”. Para Maria Rosa, uma das coordenadoras do Salve as Serras, o modelo de transição energética reforça os princípios do ecocolonialismo, ou seja, mantém formas de exploração dessas regiões como da era colonial, entretanto, usando novas práticas. Andreza Oliveira, que integra a Coordenação Coletiva do Salve as Serras na região de Jacobina, destaca que esta região, ainda marcada por muita pobreza, é onde estão grandes empresas de extrativismo mineral em operação, ou seja, não se trata mesmo de uma região pobre, mas sim altamente explorada onde o lucro é concentrado nas mãos de poucos investidores e o prejuízo socioambiental é compartilhado com a população local.” Isto também se aplica ao novo mercado verde que inclui a produção de energia elétrica em larga escala, a partir de fonte eólica, que, observamos, está se estruturando em torno de uma complexa “transação energética”.
O Movimento Salve as Serras (SAS) denuncia que os empreendimentos eólicos são implantados em Áreas de Proteção Permanente (APP), que abrigam cachoeiras, nascentes, recargas de aquífero e também em locais que possuem uma belíssima cobertura florestal de Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado, sem contar o que estão fazendo com as linhas de mar do Nordeste. O grupo diz que os governos Federal e Estadual são cúmplices na destruição dos ecossistemas onde os parques estão sendo instalados: “entendemos que a omissão [do governo brasileiro] é uma forma de cumplicidade com esse modelo ecocida”. O objetivo do Movimento Salve as Serra é colocar fim nesse processo de degradação dos ecossistemas das serras: “esse modelo ecocida, esperamos, tem que ter fim!”.
O seminário serve para conscientizar a sociedade brasileira sobre quais são os impactos socioambientais que os parques eólicos, solares e as atividades de mineração causam na região das serras. “Durante o seminário, o movimento Salve as Serras quer perguntar: o que você fará diante desse cenário? “Queremos convidar a todos (as) para fazer parte dessa luta urgente antes que estes parques destruam nossas serras para sempre“, destaca Amilton Mendes que também é membro da Associação de Ação Social e Preservação das Águas, Fauna e Flora da Chapada Norte – (ASPAFF), importante parceira do Salve as Serras.
As inscrições podem ser realizadas através do formulário: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSebf9m217tw3vQXYbEybxWcL8nCfpNv4GiUjFp1fCd1OaUF8w/viewform

SABEH E O POVO TRUKÁ-TUPAN DE PAULO AFONSO – BA, DENUNCIAM A DESTRUIÇÃO DA SERRA DO PADRE POR PRÁTICAS DE MINERAÇÃO

É na Serra do Padre onde nasce o Riacho Cajueiro, afluente do Rio São Francisco que corta o Território Truká-Tupan e vem sendo destruída por práticas de mineração, em Paulo Afonso/BA.

Localizada nas proximidades do Alto do Araticum, a Serra do Padre é uma importante montanha que integra a Bacia do São Francisco e possui uma diversidade de nascentes que alimentam os riachos e aguadas na região. Um deles é o Rio Cajueiro, que é uma microbacia, apesar de ser um rio intermitente, possui uma importância na manutenção dos ecossistemas locais, com forte potencial hidroambiental e vem bruscamente sendo afetado com o desmatamento, a extração de areia e a destruição por mineração na Serra do Padre. Os moradores da região reclamam das explosões, através do barulho e poeira causando inúmeros prejuízos na saúde da população.


Desde 2013, o INEMA autorizou através de licença unificada a exploração por apenas três (03) anos nesta localidade, entretanto a COMBRASIL Mineração continuou ininterruptamente sua exploração até hoje, alegando ter realizado Instrumento Particular de Autorização e que vem fazendo a aquisição de propriedades no perímetro. Considerando que essas terras são devolutas, há irregularidades não apenas na autorização de licença já expirada, como também na ilegalidade de aquisição de terras públicas.


Os Truká-Tupan, Povo indígena que vem cuidando da parte hidrográfica existente em seu território, juntamente com a Sociedade Brasileira de Ecologia Humana – SABEH, apresentou projeto de recuperação desta microbacia para o Comitê de Bacia do Rio São Francisco, com o propósito de garantir a manutenção dos ecossistemas da região e a sobrevivência da Serra do Padre, por conseguinte, das suas nascentes.


No entanto, constatada a realidade, denunciamos a forte destruição da Serra do Padre, solicitando a imediata interrupção da exploração mineral. “É preciso reconhecer que a Serra é uma microbacia hidrográfica importante para a manutenção dos ecossistemas no município de Paulo Afonso, as autoridades precisam ter conhecimento dessa situação nociva ao meio ambiente, porque além de estarem destruindo a montanha, estão destruindo nascentes, desmatando a caatinga e destruindo pinturas rupestres existentes”, ressalta Alzení Tomáz, membro da Sociedade Brasileira de Ecologia Humana – SABEH.

Rede internacional de pesquisadores se reúne na Bahia para discutir transição energética e seus impactos

Entre os dias 18 e 24 de setembro, foi realizado o Encontro da Rede de Grupos de Pesquisa Nova Cartografia Social, na Universidade Federal do Recôncavo – UFRB, em Cachoeira, Bahia. Com o tema “A construção de conhecimentos em situação de conflito”, o evento reuniu pesquisadores/as do Brasil, dos Estados Unidos, da Colômbia, da África e da Indonésia.

O objetivo das reuniões foi discutir a transição energética em marcha no mundo e seus impactos sobre os povos e a biodiversidade. Em especial, os projetos de energia eólica e solar, que vêm causando danos irreversíveis no Nordeste, particularmente, na região das serras.

O professor Dr. Juracy Marques (UNEB), pesquisador integrante da REDE, ressalta a gravidade e consequências da presença de parques eólicos na região das Serras do Sertão. “Depois de refletirmos muito sobre este temeroso cenário, fizemos uma visita às Comunidades de Fundo e Fecho de Pasto, nos centrando mais na Comunidade de Quina (Campo Formoso-Ba), onde observamos que os complexos eólicos instalados, além de trazerem graves impactos socioambientais, não estão cumprindo adequadamente as promessas que fizeram no processo de instalação dos parques”, explica, acrescentando: “É preciso, urgentemente, lutarmos!”.

Além dos grupos de pesquisa do projeto Nova Cartografia Social, que envolveu universidades públicas da Bahia (UFRB, UNEB), de Pernambuco (UFPE, UPE), do Rio Grande do Norte (UFRN), de Minas Gerais (UNIMONTES), do Espírito Santo (UFES), do Maranhão (UEMA), do Piauí (UFPI), do Amazonas (UEA) e do Pará (UFPA), o encontro contou com a participação de povos e comunidades tradicionais.

O encontro recebeu apoio da Fundação Ford, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – IBASE.

O cárcere dos ventos: destruição das serras pelos complexos eólicos

O que é o vento? Para o Capital, assim como as matas, a água e a terra, é uma mercadoria. Os serviços ecossistêmicos que garantem a vida na Terra são ignorados diante da voracidade des- trutiva como grandes corporações econômicas geram riqueza destruindo a Natureza.

Recortando apenas um exemplo, não sem razão, a percepção dos povos indígenas e de ancestralidade africana que tratam a natureza como algo sagrado, dotado de espírito, é ridicularizada diante dos alicerces da adoecida civilidade moderna, essencial- mente ecocida. Para esses povos ancestrais Vento é Espirito. Para o Capital, mais uma commoditie.

Este livro tratará do “Cárcere dos Ventos”, uma metáfora para mostrar como os ventos estão sendo apropriados dentro de uma lógica capitalista eco e etnocida. Tocando apenas uma ponta dos graves problemas que sopram com a recente instalação de grandes complexos eólicos nas Serras do Sertão, queremos mos- trar que não se trata de um modo de produção de energia limpa, mas que é parte de um casamento perverso entre Estado e Capital operado a partir de métodos sujos.

Estamos diante de uma tempestade de destruição causada pelos complexos eólicos que estão se instalando nas Serras do Sertão. Para ilustrar a natureza dessa tragédia, recortaremos, apenas, o cenário caótico protagonizado pela empresa de origem francesa Voltalia que, neste momento, está destruindo áreas da região de Canudos, na Bahia, rota de voo de uma das aves mais raras do mundo, a Arara-Azul-de-Lear (Anodorhynchus leari). São décadas tentando tirar esta espécie do risco de extinção, entretanto, à revelia da recomendação do Ministério Público da Bahia e de diversas frentes ambientais do Brasil e do mundo para parar as obras, esta empresa, contando com o apoio do estado baiano, segue em marcha com sua ambição biocida.

Outra espécie, já extinta na natureza, a Ararinha-azul (Cynaopsitta spixii), está no vendaval dos impactos dos complexos eólicos. Sendo endêmica de Curaçá, norte da Bahia, tem se tentado sua reintrodução no seu habitat natural. Quisera o destino que este ambiente, onde viveram as ararinhas azuis, hoje está tomado por paredões de torres eólicas – liquidificadores gigantes de matar pássaros e morcegos. Caso seja possível sua reintrodução, não temos dúvida, os exemplares livres voarão para a morte. Estas trágicas realidades das duas ararinhas do Sertão estão bem descritas no capítulo escrito por Alan Bonfim, que também aborda a morte dos morcegos, os maiores plantadores de florestas do Planeta.

Em longo prazo, a operacionalização dessas mais de 3 mil torres já instaladas nas nossas Serras, atuam como vetores que aceleram a morte dos rios, riachos e nascentes, bem como o processo de desertificação do Semiárido, haja vista, matarem os verdadeiros jardineiros da Caatinga que são as aves e os morcegos. Sem árvores não há água e, sem aves e morcegos, não há árvores. Sem tudo isso, não há gente.

Destacamos, embora o Brasil seja signatário da Convenção sobre Espécies Migratórias de Animais Selvagens, tendo assu- mido o compromisso de conciliar, se necessário, a exploração do potencial eólico com a preservação e conservação dessa parte da nossa biodiversidade, o que observamos é um desprezo total pela manutenção da avifauna e da quiropterofauna em nossa região. Como destaca Alan Bonfim no seu texto, estimativas médias de mortalidade anual nos EUA em turbinas eólicas quantificam as colisões variando entre 20.000 e 573.000 pássaros por ano. Não é à toa que estamos chamando essas torres de “liquidificadores gigantes de moer passarinhos”.

Essa discussão que trata da relação entre eólicas e biodiversidade, diríamos mais, com a sociobiodiversidade, é complementada no capítulo do Professor José Alves de Siqueira, focando-se mais no Boqueirão da Onça. As espécies de felinos que existem nessa Unida- de de Conservação da Caatinga, são espécies gravemente atingidas com a destruição dos ambientes naturais dos topos das serras. Como está descrito nesse capítulo, o Boqueirão da Onça apresenta uma elevada diversidade de mamíferos com 32 espécies incluindo Panthera onca (Linnaeus, 1758) (Onça-pintada), o maior felino das Américas, Puma concolor (Linnaeus, 1771) (Onça-parda) e Tolypeutes tricinctus (Linnaeus, 1758) (Tatu-bola) (CAMPOS et al., 2019) e espécies de aves ameaçadas de extinção como Anodorhynchus leari (Bonaparte, 1856) (Arara-azul-de-lear) (ICMBIO, 2017), e raras como Augas- tes lumachella (Lesson, 1838) (Beija-flor-de-gravatinha-vermelha) (SOUZA et al., 2009) e Neomorphus geoffroyi (Temminck, 1820) ( Ja-cu-estalo) (ROOS et al., 2012).

O dilema das comunidades tradicionais da Bahia frente aos impactos socioambientais causados pelas eólicas será bem discutido no capitulo “Terras Públicas, Comunidades Tradicionais e Corredores de Vento: Caminhos da Energia Eólica na Bahia”, de Carolina Ribeiro e Gilca Oliveira. Nele, observarão como as comunidades estão sendo usadas como joguetes do Capital Eólico com a conivência do Estado.

Como podem ver, no decorrer desse livro, é difícil imaginar a energia eólica como uma energia limpa nos moldes como está sendo efetivada na Bahia, no Brasil. O Capítulo de Flávio Barrero, que trata do Complexo Eólico de Campo Formoso, desnuda a forma como esses parques eólicos vêm se instalando e destruindo a biodiversidade e desrespeitando o modo tradicional da ocupação humana em nossas serras. Merece destaque, em seu texto, suas análises dos Inquéritos Civis do Ministério Público que, também, responsabiliza o órgão li- cenciador e fiscalizador do Estado, o INEMA, pelos crimes ambientais associados à implantação das torres eólicas no território baiano.

Não há lugar na Bahia onde essa destruição pelas eólicas não esteja em movimento. Como descreve Gislene Moreira Gomes, no seu capítulo “Caçadores de Sacis: O Redemoinho de Projetos Eólicos na Chapada”, a opção por este modelo de desenvolvimento, que estamos chamando de eco e etnocida, avança, ignorando a participação das pessoas, e está sendo forjado num silenciado “acordão” entre o Estado e o Capital Eólico.

À nossa equipe da Nova Cartografia Social do Brasil (Núcleo São Francisco), nos competiu pensar nessa Cartografia do Invisível, como os ventos estão sendo mapeados e entregues ao Capital Privado em detrimento de todos os sentidos ecossistêmicos na região das Serras do Sertão. Nossa intenção com esse texto é deixar claro que o Estado está semeando ventos e nós estamos colhendo as tempestades. Como escreve Edmar Conceição, no seu capítulo “A Luta Quixotesca nas Serras do Sertão”, como Dom Quixote, é como se estivéssemos lutando contra moinhos de ventos. Entretanto, estamos alertas, estamos lutando contra moedores de gente, da natureza. Estes devem ser detidos e responsabilizados!

Este livro é apenas um pequeno recorte da tragédia que chega com as eólicas num território já arrasado com grandes mineradoras e outros graves impactos socioambientais. Nesse momento da história, a Bahia está materializando a sentença de morte das nossas Serras, de suas matas, dos seus rios, riachos e nascentes e, como consequência, de sua gente. A nós do Salve as Serras cabe a luta, também, para tirar das prisões do Capital, nossos Sagrados Ventos.

Editores:Editora SABEH
Artistas de Capa:Ana Paula Arruda
Gêneros:Cientifico
Tags:2021

Lançamento do livro “Amputações das Montanhas do Sertão”

O Salve as Serras (salveasserras.org), dando continuidade aos Relatórios Técnicos sobre os Impactos Socioambientais nas Serras do Sertão, apresenta à comunidade o livro Amputações das Serras do Sertão: Ecocídeo e Mineração na Bahia (Volume 2).

Esta obra denuncia a destruição das nossas serras pelas agressivas atividades das grandes mineradoras e garimpos ilegais estruturados em toda a cadeia de nossas montanhas. Como regra: explora-se os bens naturais do Sertão, destroem os ecossistemas e levam toda a riqueza da nossa Gente e, para piorar, nos penalizam com passivos socioambientais inapagáveis e impagáveis!

Para socializar o resultado desse árduo trabalho, organizado por membros do Salve as Serras, iremos realizar uma live de lançamento do livro com os (as) autores (as) no dia 20 de agosto, às 19:30. A transmissão será realizada no perfil da entidade no Facebook, no endereço www.facebook.com/salveasserras

O nosso Sertão responde por mais de 60% de toda a riqueza mineral da Bahia. Mas porque estamos imersos em toda pobreza?

Venha conversar conosco sobre essa expropriação minerária feita aos olhos de todos (as)!

Contamos com sua presença!

Livro Ecocídeo das Serras do Sertão

É com alegria, mas apresentando muitas tristezas, que finalizamos o primeiro livro do Salve as Serras: ECOCÍDEO DAS SERRAS DO SERTÃO. Ele é fruto do engajamento de nossa Rede de Articulação (SAS) em defesa dos nossos espaços serranos, particularmente sua sociobiodiversidade. Esperamos que este livro possa fortalecer, ainda mais, nossa luta em defesa das Serras do Sertão. Salve as Serras!!!!

A Bacia do Paraguaçu no Contexto das Serras da Bahia

O que sabemos sobre a história dos rios? De onde eles vêm, onde nascem? Qual a importância das serras para sua formação? No caso específico das águas dos rios do Semiárido, impera um deserto de informações. Nossos rios são ilustres desconhecidos pela ciência. Todos eles  parecem sair de áreas de exceção úmidas, sobretudo dos topos das serras, atravessam a  “planície semiárida” e se conectam a outros corpos hídricos formando as grandes bacias hidrográficas da Bahia: Itapicuru, Salitre, São Francisco e Paraguaçu.

Para falar da Bacia do Paraguaçu e suas relações com as áreas de montanhas do Semiárido, o Movimento Salve as Serras (www.salveasserras) convidou a Profa. Marjorie Csekö Nolasco – Geóloga, com doutorado em Geociências, pesquisadora e orientadora do PPGM e PROFCIAMB, Coordenadora do CACD-UEFS. Marjorie trabalha com a Chapada ha 28 anos, em diferentes questões, especialmente ambientais, antropocênicas e, sobretudo, conflitos.  Representante da UEFS no CBHP, também é conselheira do PNCD, Apa Marimbus – Iraquara  e  Federal Suplente do CONFEA  (2021-2023).

Participe conosco deste momento! Se integre ao Movimento Salve as Serras! Como é público, esses espaços estão sendo destruídos por um equivocado modelo de desenvolvimento que privilegia os grandes empreendimentos, sobretudo minerários e eólicos, sem que as questões socioambientais sejam respeitadas. Está em marcha um ecocídio, ou seja, a morte lenta e gradual dos ecossistemas de nossos rios, com o aval do Estado da Bahia. Nos ajude nesta luta! Os “Diálogos Salve as Serras” têm o objetivo de promover informações sobre nossas serras e rios, mas, sobretudo, de lutar por sua proteção!

Data: 06/11

Horário: 17 h

Transmissão: www.facebook.com/salveasserras

Campanha Internacional Salve as Serras

Estão destruindo as nascentes, rios e cachoeiras das nossas Serras! Trata-se de fontes de importantes rios do Semiárido brasileiro como o Salitre, o Itapicuru, o Paraguaçu e o São Francisco. Esta tragédia nos motivou a lançarmos a Campanha SALVE NOSSAS SERRAS (www.salveasserras.org). Como parte dessa ação, dia 02 de outubro, às 10 horas, para marcar o lançamento dessa Campanha Internacional, convidamos a Dra. Guiomar Germani, do Geografar, que estará apresentando um panorama das Comunidades de Fundo e Fecho de Pasto que vivem nas Serras. Também farão parte deste debate os doutores da UNIVASF, Professores José Alves e Ícaro Maia. Alves falará sobre a cobertura florestal  e Maia sobre as riquezas dos mananciais hídricos das Serras da Jacobina, área que vai de Miguel Calmon até Jaguarari. A mesa ainda será abrilhantada com a voz dos povos originários dessas terras altas do Sertão, o Cacique Juvenal, do Povo Payayá. Juracy Marques, Professor Titular da UNEB e um dos idealizadores do Salve as Serras, fará uma apresentação geral da natureza dessa Campanha que, como dito, é um pedido de socorro para que o mundo, o Brasil, o estado da Bahia, entenda a importância das águas que nascem nas Serras da Jacobina para a vida no Sertão e evitem que empreendimentos eólicos e minerários, as destruam. A live de lançamento da Campanha Internacional Salve as Serras será mediada pela ambientalista Janete Ramos, da Associação Quilombola de Riacho do Mel.  Esteja conosco nessa luta pela águas, pela vida! Acesse pelo link: https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=72bPjn2ErRY&feature=youtu.be

Conferência: “OS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DE EÓLICAS E MINERADORAS”

As nossas Serras, suas nascentes, cachoeiras, rios, povos, matas, bichos… agonizam! Se não bastasse séculos de agressões, recentemente, EMPREENDIMENTOS EÓLICOS E MINERÁRIOS são responsáveis por sérios danos socioambientais das nossas Serras! E o mais grave: autorizados em tempos de Pandemia! Isso materializa a perversa estratégia para “fazer passar a boiada”!

Pensando em trazer mais clareza sobre a dimensão desses danos, o Movimento Salve as Serras (www.salveasserras.org) convidou a Profa. ALEIDA AZAMAR ALONSO que é doutora em Economia Internacional e Desenvolvimento, atualmente pesquisadora do Departamento de Produção Econômica da Universidade Autônoma Metropolitana (Xoxhimilco), Presidenta da Sociedade Mesoamericana e do Caribe de Economia Ecológica e autora de diversas obras de referência internacional nos estudos sobre impactos socioambientais de grandes empreendimentos, para ministrar a conferência “OS IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DE EÓLICAS E MINERADORAS”, dando continuidade aos seus Ciclos de Debate.

Como mediador, o SAS convidou o Prof. Titular da UNEB, JURACY MARQUES , que é doutor em Cultura e Sociedade, com pós-doutorado em Antropologia (UFBA) e em Ecologia Humana (UNL-Portugal). Esse evento marca o lançamento da Campanha Internacional Salve as Serras que terá circulação na América Latina, Europa, Estados Unidos e Canadá, levando um grito planetário de pedido de ajuda para que sejam protegidas a sociobiodiversidade das Serras da Jacobina, hoje, ameaçadas por grandes empresas extrativistas com o aval do Estado.

Acesse pelo link: https://facebook.com/events/s/os-impactos-socioambientais-de/2285594418253720/?ti=ia

VAMOS DISCUTIR O ZEE DA BAHIA? Urgente!

Vamos discutir e entender o que o governo do estado planeja para o futuro da chapada diamantina.

Segunda-feira, às 14h30, a TV UNEB-Seabra debate as consequências da liberação de atividades de grande impacto ambiental, com Augusto César Matos Do Ministério Público da Bahia, Denis Soares, Secretário Executivo do Conselho de Desenvolvimento Territorial, Sirlene Souza, Turismóloga, e Dirigente Municipal de Turismo de Seabra e mediação De Juracy Marques, Professor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental da UNEB.

O território está se mobilizando para favorecer o desenvolvimento de atividades econômicas com responsabilidade socioambiental e evitar a intensificação de atividades que degradam o meio ambiente.

Aguardamos sua presença nessa conversa!

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